Jogadores comemoram o título da Recopa (Foto: Daniel Teobaldo - SoulGalo) |
Dia
24 de Julho. Pergunte a qualquer Atleticano o significado dessa data e arrisco
a dizer que nenhum te deixará sem resposta. Há exato um ano o Galo conquistou o
maior título de sua história e, como em um roteiro Hollywoodiano, fez valer
todo o tempo de espera da Massa alvinegra.
Como
se não bastasse o tal alto grau de emoção e sofrimento do ano de 2013, no
aniversário dessa data tão marcante o time consegue passar e fazer a torcida
passar por sentimentos muito parecidos. Até o mais nostálgico dos atleticanos
não desejava tamanho sofrimento. A decisão da Recopa tinha tudo para ser um
jogo tranquilo sem muita dor e emoção, com uma pequena vantagem, mas eis que
num piscar de olhos se transforma em um enredo mirabolante, daqueles que se vê
em cinema.
A CRÔNICA DO JOGO
Diego Tardelli com a camisa comemorativa dos 100 gols pelo CAM |
Apesar
da total pressão do time Argentino, o jogo se mantinha 2 a 2 e encaminhava para
o fim. Muitos torcedores já entoavam o grito de campeão, mas o Lanús não se
deixava abater e continuava insistentemente no ataque, causando um enorme
sufoco à zaga atleticana. O juiz deu exagerados 4 minutos de acréscimo e,
inacreditavelmente, aos 48 minutos, no último lance do jogo, Santiago Silva
cabeceou e no rebote de Victor, Acosta mandou para o centro do gol, dando a
vantagem ao time visitante que levava o jogo para a prorrogação. 3 a 2 para o
Lanús.
Nesse
momento, o torcedor atleticano, que já se dava por vacinado à grandes emoções
descobriu que no fundo ainda há muito pelo que sofrer. Nunca é fácil, nunca é
tranquilo e isso já se tornou traço marcante do Clube Atlético Mineiro. Mais
uma vez fomos para uma prorrogação com a cabeça já martelando nos pênaltis e
pensando no sufoco que o time tinha passado no final do segundo tempo.
Guilherme não entrou bem e o time já não contava com Tardelli. Porém, a torcida
continuou acreditando.
Na
prorrogação brilhou a estrela do maluquinho. Luan em um lance um tanto quanto
diferente, na tentativa de um cruzamento, marcou, 3 a 3 que daria a vitória
para o Galo. E o zagueiro argentino na tentativa de recuo para o goleiro fez
contra o próprio gol, galo 4 a 3. Até mesmo os corações mais pessimistas já
gritavam pelo título.
Para
muitos, o título da Recopa é indiferente e vários atleticanos podem ter pensado
desse modo, até que o jogo realmente começasse. Até que fosse para a
prorrogação. O Galo tem tido um “Toque de Midas” para campeonatos, fazendo qualquer mata-mata se tornar uma explosão de emoção. Vale mais que ouro
o prazer de vivenciar jogos como o de ontem. Nenhum dos dois times se abatia e
a batalha foi travada até os segundos finais.
Mais uma vez o Mineirão foi salão de festas do Atlético Mineiro, mostrando que aqui não se entrega títulos aos argentinos, famosos carrascos de vários clubes, inclusive no estádio Mineiro.
OS NOMES DO JOGO
Os
grandes nomes do jogo foram, sem dúvida, Diego Tardelli, Marcos Rocha, Victor e
Luan. Tardelli pelas características já apresentadas, Marcos Rocha pelo
brilhante jogo, com raça e vontade em campo, o jogador saia para o ataque e
ajudava na marcação da zaga, tirando diversas chances de gol. Victor, que
dispensa comentários e Luan, a definição de raça;
O ADEUS DO GÊNIO?
Ronaldinho em possível clima de despedida (Foto: Reprodução Twitter) |
O Mineirão em festa (Foto: Daniel Teobaldo - Soul Galo) |
O
enredo do jogo foi esse. Os atleticanos acordaram com enormes olheiras, assim
como outros torcedores de outros times que prezaram pela emoção no futebol ou
simplesmente secaram o rival, mais uma vez em vão. O que se viu foi uma festa
linda, de uma torcida linda. O Atlético está longe de sua forma ideal, pecou
pela falta de reforços, por insistência em jogadores que não sabem fazer o
básico e até mesmo por erros técnicos simples. O Lanús por diversas vezes foi
superior e oportunizou à comissão técnica uma revisão do que precisa ser mudado
e aperfeiçoado. O elenco provavelmente está fechado, o que resta é apoiar da
forma que se apresentar daqui em diante. O time é muito bom e tem capacidade de
lutar por mais um título esse ano, sem se acomodar nos já ganhos.
É
vida que segue, coração que acalma. Galo é Galo e se você não se acostuma com
emoção e sofrimento está torcendo para o time errado. O mais simples dos
jogos, a mais “fácil” das batalhas terá um obstáculo maior, seja ele qual for.
Mas o coração alvinegro é forte e sempre está preparado para acreditar. Cada
vez mais. Obrigado Galo por fazer de uma Recopa, um jogo de vida e honra. Roberto
Drummond, se ainda nos agraciasse com poemas nos dias de hoje, certamente
patentearia o famoso “Se não é sofrido, não é Galo”, porque no fundo todo
sofrimento nada mais é do que amor.
Torcida Atleticana se concentra nos arredores do Estádio Mineirão antes da decisão (Foto: Superesportes) |
“Meu pai me ensinou várias coisas e de
uma não esqueço
Se o manto estiver no varal, eu torço contra o vento
Vou apoiar o meu time em qualquer terreiro
Com muita raça , eu vou cantar
E muitas lágrimas vou derramar”
Se o manto estiver no varal, eu torço contra o vento
Vou apoiar o meu time em qualquer terreiro
Com muita raça , eu vou cantar
E muitas lágrimas vou derramar”
Saudações Alvinegras.
@luisafduarte